«O homem é semelhante à vaidade; os seus dias são como a sombra que passa.» Salmos 144:4
Ele vivia na cidade. Descobrira recentemente um espelho gigante, que veio encher-lhe a parede do quarto.
Objeto esse, que adorava. Cada dia passava mais tempo a apreciar-se. Virava-se de lado para apreciar o seu perfil.
Não pensava em mais ninguém. Era ele e só ele. Figura genuína, elegante, bem-falante. (Nada altruísta!)
A sua sombra seguia-o todos os dias. Ele gostava dela, apreciava-a. Admirava-a profundamente.
E viveu assim, afastado toda a vida porque, afinal, ninguém queria ver-se ao espelho com ele. Ninguém aprendera a admirar a sua sombra.
Morreu junto ao espelho. A sombra desapareceu para sempre.
«Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.» Salmos 91:1
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