Secretamente, tinha decidido honrar o seu compromisso.
Ela enxugou-lhe o corpo trémulo, delicadamente vestiu-lhe a roupa e abraçou-o, derretendo-o com o seu amor.
Os seus longos cabelos massajaram-lhe o pescoço. Sem que desse por isso, a lágrima teimosa soltara-se avassaladoramente. Limpou-a de imediato, não fossem as miúdas notar.
Cada dia que passava, a sua bravura crescia, a sua tez esbatia-se. O espelho não a seduzia mais…
Anoitecia…corpos despidos, tal como a sua alma, porque a noite longa negava-lhe o desejo de o ter. E segredava-lhe:
«Amo-te meu valentão», embora no seu íntimo a saudade infinita lhe toldasse os pensamentos.
Na varanda da casa, recolhia-se. Ele dormitava, e ela antecipava o negro cenário. Em gritos calados, o peito soluçava furtivamente. A formosura do semblante fora transferida para o coração.
E o dia chegou. O peito explodiu, as lágrimas inundaram-lhe a cama onde a paixão tinha desabrochado outrora. Abraçou-o como nunca. Beijou-lhe desesperadamente o rosto frio…
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