Ele vivera nas ruas até então. A esperança desvanecia-se a cada luar. Todos os dias a comida saciava-lhe o estômago, mas não a alma.
Certo dia, recebeu um convite. Tinha receio de aceitar. Aconteceria no dia seguinte. Desconfiaria? Afinal fora-lhe dado por um camarada mendigo.
Foi a medo. Espreitou. Uma enorme sala aguardava os convidados. As mesas redondas, vestidas como em dia de festa. Em cada uma, vela acesa, (quem sabe lhe iluminaria a alma).
Catarina chegou apressada. Esperava-a a equipa que iria servir o jantar naquela noite. Estava empolgada por ser a primeira vez que participava numa iniciativa solidária.
Ele sentou-se. A seu lado, rostos conhecidos da amargura, outros desconhecidos bem-falantes.
Catarina, rosto doce como o doce do pão da Ti Alice, dirigiu-se à mesa dele, levava o jarro da água fresca na mão. Serviu-o em primeiro.
Ele nunca experienciara tanta bonança. Deparava-se agora com a nascente do rio da esperança…
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