«Não se deixem levar por estes olhinhos e sorriso…esta miúda cresceu e tornou-se numa algarvia "marfada"!»
Fui de novo ao ‘baú’. Vi uma fotografia na capa de uma revista Boa Semente. Uma menina linda, de sorriso aberto. Não a conhecia, desde logo a enviei a uma amiga da mesma localidade que a foto identificava. Sabem o que aconteceu?
Pois é! Ela foi logo reconhecida. Era afilhada da minha amiga. Incrível, não é?
Assim, acredito que esta pequena rubrica pode ajudar a trazer os holofotes para quem sempre esteve mais escondido. E falo de pessoas normais.
Mas bora lá…
Fiz de novo o desafio. Esta menina linda da foto é a Miriam Fernandes Domingos. Tinha dois anos na altura. O sorriso continua lindo, não acham?
Quando a Miriam recebeu a fotografia ficou muito surpreendida! (eu gostava de ser mosca para ver).
«Depois de tantos anos nunca pensei que outras pessoas além dos meus pais ainda pudessem ter aquela publicação da Boa Semente!» - Declarou ela.
Levei-a aos tempos de ser aluna da Escola Dominical «eu não gostava quando a Escola Dominical ia de férias no verão, e ficava mesmo muito triste».
Soube que a Miriam está ‘de esperanças’. Não é tão bom conhecermos alguém de novo e encontrá-la num momento assim tão especial?
Apesar desta nova fase da sua vida, ela tem saudades de ser criança, que na sua conceção, «muito pacífica». Quem se identifica com ela neste aspeto? Há até quem diga que temos uma criança dentro de nós. Sempre lembro aquela imagem de um pai que faz de gato, de mãos e pés no chão, a brincar de rato e gato com o filho. Certo é que nem toda a gente tem boas lembranças da fase infantil. Mas é da Miriam que agora falamos.
«Acho que talvez o maior desafio durante a minha infância foi tentar perceber porque é que era diferente das outras crianças e não devia fazer certas coisas que elas faziam, quando o que elas faziam parecia "fixe".»
Ela refere que as saudades da infância também contemplam as não responsabilidades. Pois é, à medida que crescemos as responsabilidades também crescem.
E agora que a nossa protagonista está quase a ser mamã, tem aprendido a esperar e tem em mãos todos os preparativos para a chegada de uma nova vida. Para ela «uma bebé que é muito desejada». Eu disse-lhe ao telefone que apelido esta fase de: milagre da vida.
Tal como todas as pessoas, a vida tem bons e maus. Mesmo os cristãos passam por momentos de dúvida, momentos difíceis. É isso, somos pessoas. Neste mundo com defeitos, tudo ficou defeituoso, consequência do pecado.
Quanto à Miriam, após 27 anos desde o momento desta fotografia, diz-nos que a sua «vivência cristã têm sido altos e baixos, mas Ebenézer, até aqui nos ajudou o Senhor.»
«Tento sempre melhorar o meu relacionamento com Deus e dar o meu melhor na Sua Obra. Ficar mais próxima d’Ele e tentar entender os seus propósitos para a minha vida. Às vezes não é fácil, questionamos muito (e tudo), preciso melhorar a minha dependência d’Ele e questionar menos porque é que certas coisas acontecem. Só Ele sabe o que é melhor.»
Quando lhe perguntei se a cada dia fazemos história, o que é que ela podia fazer de bom e espetacular daqui para a frente? Alguma área que quisesse melhorar. A sua resposta conduziu-me precisamente, para aquele que é o objetivo desta rubrica:
«Sim! É sempre bom ajudarmos outros irmãos a levar em frente os seus projetos, principalmente aqueles que colaboram para a divulgação de testemunhos daquilo que Deus tem feito nas vidas de pessoas "atuais".
A Bíblia deixa-nos o testemunho daquilo que aconteceu com a igreja primitiva, e todos podemos ler o seu registo, mas a divulgação do Reino não terminou com o cânon Bíblico, Deus continua a fazer coisas na vida das pessoas hoje em 2021 e podemos aprender com estas experiências.»
Por isso, estou grata à Miriam, porque apesar de não nos conhecermos pessoalmente, entendeu o propósito desta iniciativa e quis colaborar, o que me dá alento para poder continuar a contar histórias de vida. Obrigada MIRIAM!
Na realidade, somos família espiritual. Mas foi a sua família terrena que lhe proporcionou as bases cristãs que, atesta «levo para o resto da vida».
«E, Miram, se voltasses atrás, há alguma coisa que farias melhor? O quê?» Interroguei eu, em jeito de conclusão.
«Hoje, há tantas situações que gostaria de ter feito diferente, são várias desde agir por impulso e não pensar nas consequências, não ouvir a voz de Deus e fazer as coisas à minha maneira, enfim…Não posso mudar o passado, mas posso aprender com os meus erros e não repeti-los no futuro.»
Fica o alerta da nossa Miriam. Quem já não agiu por impulso? Para ouvir a voz de Deus, é preciso que estejamos à escuta! Aprendamos pois uns com os outros e se há algo que podemos fazer melhor, vamos lá minha gente!
«As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.» João 10:27