Foi no início do confinamento que Deus me impulsionou de forma que, nem eu própria acreditaria. Muitos me perguntaram porque escrevi um livro durante a pandemia. Outros, que até me conhecem há algum tempo, ficaram surpresos quando me viram a lançar um livro.
Pois bem, como tudo começou? Acredito que Deus trabalhou comigo para que eu acreditasse ser possível escrever um livro. Na minha adolescência, foi na escrita que encontrei escape. Muitas vezes, sentindo-me sozinha no meu quarto, escrevia. Escrevi poemas e comecei a lê-los na igreja. Na época, eu não tinha acesso a livros, a bibliotecas e a todo esse mundo literário.
Os anos passaram e o gosto pela escrita esteve adormecido mas nunca esquecido, não por vontade própria mas porque o cuidado com filhos, casa, trabalho, igreja e estudos não o permitiam. Digo estudos porque cedo saí da escola para ajudar a levar dinheiro para casa. E foi na fase adulta que terminei os estudos. Nessa fase, Deus revelou-me o dom mais ativamente. O primeiro exame na universidade foi lido em voz alta pelo professor, como sendo a forma correta de resposta a uma única pergunta. Todos ficaram curiosos sobre quem tinha escrito daquela forma. Eu só queria ter um sítio para me esconder.
Mais tarde, decidi criar uma página de escrita a fim de partilhar alguns textos que eu ia escrevendo (Escrever porquê – Facebook). Participei no livro «Ser Mulher» e em revistas cristãs.
O meu primeiro livro a solo vai na segunda edição e para mim é um milagre de Deus, pois como pude escrever eu todo o roteiro da história numa só semana? Foi Ele que me deu a história da menina que não gostava do seu nome. Há adolescentes que apresentaram o livro na escola. Uma delas disse-me a ajudou na sua autoestima. Há crianças que dizem que as ajudou a ter imaginação e criatividade. Há adultos e idosos que se identificaram com a história.
Acredito que muitas podem ser as estratégias para levarmos a mensagem cristã aos outros. Acredito que todas as pessoas têm áreas fortes que carecem de ser desenvolvidas, senão veja-se a conhecida parábola dos talentos (as contas de Deus não são a multiplicar?). No outro dia eu disse a uma pessoa: «Faça Deus conhecido através do seu bolo». E, se a escrita foi um dos talentos que Deus colocou na minha mão, o que faço eu com ele? Tenho o apoio do meu marido para poder fazer este trabalho, pois sem editora por detrás torna-se tudo mais difícil. E tenho um objetivo ao trabalhar desta forma: ajudar projetos através da venda dos livros. E para tal, uma marca implícita, a da solidariedade.
Em breve, se Deus permitir, farei novo lançamento de uma história mais infantil, visto a anterior ter sido para adolescentes, famílias e professores. Uma história que desenvolvi há uns anos mediante um teatro de sombras, com turmas de primeiro ciclo, que alertava para a obediência aos pais.
O Zezé desta história é um menino que gosta de aventuras e gosta muito de ‘pisar o risco’. Gosta de chocolate e de o conseguir, nem que tenha que mentir. Uma personagem vai fazer-lhe crer em mais mentiras. Os seus pais vão ajudá-lo a compreender que as atitudes podem ter consequências para si ou para os outros. Cuidar do nosso corpo não será deveras importante, tendo uma alimentação saudável e fazendo exercício físico? Para tudo na vida carecemos de equilíbrio, tal como andar sobre duas rodas da bicicleta e, porque não promovê-lo na infância e juventude?
Este é o vídeo promocional da obra:
Esta obra proclama os valores bíblicos num mundo onde eles se vão desvanecendo. Uma alternativa ao mundo das redes sociais, uma vez que os livros podem ser lidos por filhos e pais, com vista ao melhor relacionamento entre si. Através dos meus contactos, redes sociais, email e site, poderão encontrar os livros.
Precisamos que Deus nos inspire e dê as estratégias adequadas para este tempo. Se queremos ser instrumentos na Sua mão, há que acreditar, investir, trabalhar, não pensar que tudo vai cair de graça nas nossas mãos. E quando trabalhamos em fé, Ele diz na Sua Palavra que ‘os Seus planos não são os nossos’ e que ‘é capaz de fazer muito mais do que alguma vez imaginámos.’ Assim, ‘como hão-se ouvir?’. Estou convicta que há muito a fazer e que por vezes desperdiçamos oportunidades. E penso, que legado estamos a deixar? O que fazemos com o que Deus nos dá?
Tenho mais ideias? Sim, muitas. Não consigo fazer tudo de uma vez e tudo tem um preço a pagar. Há que ir com calma, pois em Portugal fica muito caro fazer um livro. E não quero fazer uns quaisquer livros, quero tentar fazer o melhor para glorificar a Deus.
Preciso de ajuda? Sim. Só vendendo os livros, a mensagem pode chegar mais longe. É também aqui que vejo o trabalho em união. Nem todos podem escrever, cantar, ser atores… Todos podemos trabalhar em conjunto a fim de promover o Reino de Deus. Podemos orar uns pelos outros. Ajudar-nos mutuamente.
É fácil? Não. Mas com Deus é possível. Em breve, se Deus quiser, apresentarei o novo livro numas escolas no Norte. A porta está aberta. Os nervos miudinhos tiram o sono. A responsabilidade é grande. Não anseio sucesso. As camadas infantojuvenis precisam de ouvir falar sobre o Deus criador, sobre o Pai eterno, sobre o Senhor que os ama, sobre os valores que Ele nos ensina. Quero proclamar bem alto o nome de Deus, até onde Ele me levar.
Texto publicado na Aliança Evangélica Portuguesa