Estávamos a passear à noite, num jardim. Havia pouca luz. Pareciam estar mais pessoas nas redondezas. Eu e o meu marido, juntos.
De repente, surge uma pessoa que eu conhecia e diz que tem de me apresentar alguém que tem coisas para me revelar, e que essas coisas são um segredo acerca da minha vida, família.
Eu avanço, seguindo as duas pessoas. Descemos. Havia várias entradas. Era tudo revestido a granito em tons de beije e castanho. Uma das entradas dava acesso a piscinas, banhos, jacuzzi e, na entrada seguinte, estavam duas moças que me conduziam.
Era tudo subterrâneo. Elas estavam de máscara.
Quando dou por mim, estou sentada num banco enorme, tipo meia-lua, em cimento.
Havia vários patamares e eu encontrava-me no de baixo. De repente, deu-me vontade de ir a casa de banho e desci uma rampa muito grande, tudo ao redor era de cimento.
Depois, subi, mas já não encontrei aquele lugar porque fui dar à entrada de um elevador. Tudo à volta do elevador (que era enorme) era de granito, agradável à vista.
Qual não é o meu espanto, estava dentro do elevador uma amiga, a Clara. Só que tudo parecia muito secreto e eu estava a ficar curiosa sobre o que se estava a passar. Não falei com ela. Havia um clima de medo.
Entretanto, o elevador começa a levantar voo e fica numa nave que se desloca. Vai percorrendo uma cidade e, quando pretende estacionar, lança um dardo a uma camioneta, os seus pneus estoiram e a nave fica com espaço para estacionar, uma vez que a camioneta andou em frente.
Depois, a pessoa saiu e eu fiquei sozinha com a motorista da nave. Ela com máscara, e sem falar uma única palavra.
Eu comecei a perceber que algo estava errado e que aquilo era algum esquema.
De seguida, ela tirou a máscara e tinha um grande alto na cara, na zona da bochecha. Quando a nave voltou ao lugar do elevador, eu saí e fui dar a uma sala com várias pessoas. Achei muito estranho porque estavam ali alguns dos meus amigos. Eu nada falei pois o clima era de mistério e, ao mesmo tempo, de descontração na sala. Porém, eu estava a ver que muitas coisas eram um engodo para atrair pessoas.
Uma senhora, sentada numa secretária tinha um vestido azul e falava de ter dado um donativo a esta organização que dizia ajudar pessoas. Esta sala tinha um vidro muito grande e dava para observar o que estava a acontecer na sala ao lado. Várias pessoas, sentadas nas pequenas mesas, conversavam sobre vendas. Eu nada podia dizer porque verifiquei que era uma entidade mentirosa que atraía as pessoas. Eu não podia falar do que vi.
De facto, tratou-se de um sonho, pensei que é desta forma que o diabo chama as pessoas para si. Inventa que sabe algo sobre elas, que isso é deveras importante, ficam curiosas e não resistem em querer saber de qual segredo se trata. Eu teria de escolher se depois iria manter o segredo ou se o contava ao meu marido, porque me tinham dito que em nenhum caso eu o deveria revelar.
Então, atraindo as pessoas, o mafarrico fica com elas na mão.
Depois, é tudo muito atraente e vistoso aos olhos, só que encerra em si mentira, terror, maldade.
Tais pessoas, depois de lá estarem não se apercebem porque são tratadas com cordialidade mas, na verdade, é só aparência. É assim a forma do diabo trabalhar.
Ele é enganador, traiçoeiro, malicioso. E ao ter as pessoas na mão, tenta segurá-las secretamente, criando formas misteriosas labirínticas onde a saída custa muito a encontrar.
Foto: Ron Lach