Uma mulher encontra, na rua, um envelope fechado. Pega nele, abre-o e surpreende-se ao ler:
«Esta mensagem é para ti. Deus ama-te! Não desistas de viver!».
De imediato, a mulher, confusa, olha ao seu redor verificando se alguém a observava.
E, nada; cidade movimentada, ruído, tudo normal! Inquieta, guarda aceleradamente o envelope na mala, tentando não dar importância ao sucedido e continua o seu percurso.

Já no escritório, Isabel não conseguia esquecer a frase… era como se esta bailasse efusivamente na sua cabeça, perturbando a concentração exigida. Não era capaz de disfarçar!
As lágrimas que se iam soltando molhavam as folhas na secretária. No seu íntimo, aquela frase fazia todo o sentido! Mas… quem saberia das suas intenções pessoais? Afinal, ela não tinha revelado a ninguém… Transtornada, num impulso desesperado, Isabel dirige-se ao gabinete do chefe manifestando que estava a sentir-se mal e sai.
Dentro do carro, sozinha, Isabel estava estática, perplexa. De olhos turbados defronte à frase, dizia repetidamente:
«Mas como, como?»
Ela sabia que alguém estava a contrariar os seus reais intentos. Depois da traição agonizante e dor, vividas ao longo dos dias anteriores, ela estava determinada! Nada valia a pena…- «Mas, e agora?»
Misteriosamente, aquele envelope vinha tumultuar os seus pensamentos.
Amor era palavra desacreditada no seu dicionário até então.
Estaria Deus estava interessado na sua vida? Talvez já não estivesse só… diante de si encontrava-se a possibilidade e o desafio de continuar a viver…
Campeonato de escrita. Foto: John-Mark Smith