Pois é, é hoje o Dia Mundial da Bicicleta. Foi instituído pela ONU.
Nasci na terra das bicicletas. Aprendi a andar enquanto era pequena e os joelhos são disso prova.
Certa vez, a minha avó levava-me de boleia e numa subida, sem querer, coloquei o pé nos raios e torci o pé.
De vez em quando, experimentava andar sem mãos, era proeza que os mais velhos do que eu faziam com facilidade.
Azul era cor da minha bicicleta.
Tenho pena que hoje, muitas crianças não tenham uma, não aprendam a andar de bicicleta. À medida que crescem, é mais difícil ou por vergonha de cair ou pela altura da queda, se ocorrer.
Num mundo cada vez mais consumível, mais acelerado, mais poluído, porque não incentivar o uso deste meio de transporte?
Cidades há que implementaram ciclovias. Na minha singela opinião, deveria existir um curso para todos, para os ciclistas e para os automobilistas. Todos ganharíamos. Lamento os vários acidentes que sucederam devido a tanto desconhecimento ou descuido. Outras, desenvolvem boas práticas a este nível, pois incentivam as crianças a ir para a escola de modo seguro e de bicicleta!
No ano passado, lancei o Zezé, o miúdo guloso, uma história para o mundo infantil que tem trazido muita animação às crianças, sobretudo consciencialização. O livro aborda temas como os excessos alimentares, fazendo a prevenção da obesidade infantil. Por outro lado, o protagonista anda de bicicleta e usa a sua ‘bike’ para impressionar os colegas, porque é um exercício de que gosta, realmente.
O tema desta celebração é «Como pode a bicicleta mudar o nosso futuro?» Com tantas alterações climáticas, o que estamos a fazer para a sustentabilidade do planeta? Precisamos de condições para que as bicicletas estejam mais no nosso dia a dia. No norte da Europa, por exemplo, é ver os parques enorme de bicicletas, com frio ou sem ele, com filhos ou sem filhos, todos respeitam o ciclista.
Incentivemos as crianças ao uso de bicicleta. Hoje, as tecnologias ocupam grande parte do seu tempo livre, o que lhe traz sedentarismo e passividade. E se, como na historia do Zezé, pais e filhos andassem por trilhos? Haveria menos sarilhos? Arejavam a mente? Tinham uns quilinhos a menos? Pernas mais musculadas? Explorar a natureza, ir às compras, passear, são várias possibilidades onde a relação pais e filhos poderia ganhar.
Uma vez que se aprende a andar de bicicleta, é para sempre. Quando nas escolas falo às crianças sobre uma vida com equilíbrio, a partir da história, muitos não entendem a palavra. Explico o conceito e mostro a capa do livro. Aos mais velhos, aclaro que se trata de uma analogia com a bicicleta.
E por último, estou grata por poder ter tido a oportunidade de ter tido uma bicicleta, onde lhe colava autocolantes, decorando-a ao meu gosto.
Depois, mais crescida, fui para a escola de bicicleta. Na minha lua de mel, andámos a conhecer uma cidade de bicicleta, poupando combustível.
Os meus filhos sabem andar de bicicleta, fizemos questão de os ensinar. E assim, que este texto sirva para consciencializar de que há maneira de contribuir para um futuro mais sustentável, por exemplo, andar de bicicleta.
3 de junho de 2022