Aprisionados

Aprisionados

Sim, estamos a viver como presos dentro de celas, dentro de nós mesmos, dentro de uma máscara, dentro de quartos, de casas, enfim.

O que estamos a fazer às nossas crianças? Aos nossos adolescentes e jovens? Aos nossos cidadãos? Aos nossos velhos?

Pois bem, em nome de um vírus estamos a mudar a sociedade. Deverá chamar-se a sociedade do medo.

Lembremos a passagem de génesis, quando Adão e Eva desobedecem. Uma das atitudes e expressões de Adão foi o medo. Sim, ele teve consciência do seu ato desobediente e teve medo. Tudo aconteceu pois antes, uma serpente que era ‘mais astuta’ do que os demais animais fez uma pergunta a Eva sobre o que Deus lhes tinha dito, a ela e a Adão.

Que perguntas estão hoje na nossa cabeça? Quais os nossos medos? Do vírus ou das suas consequências? De olharmos e pressentirmos que alguém está com tosse e já nem queremos nos aproximar dessa pessoa?

Tenho escutado várias notícias, comentários de médicos, percecionado pais e mães. Há quem defenda que os adolescentes e jovens devam usar máscara quer estejam doentes ou não e há quem defenda que só devia usar máscara quem perceber que está doente ou que seja grupo de risco quer tenha o dito coronavírus ou a gripe ou se sinta febril ou doente.

Tenho percebido observações de pais que não sabem onde deixar os filhos porque não têm onde os deixar e nem sequer na escola podem ficar. Pais que para colocarem o pão em cima da mesa têm de trabalhar.

Famílias que moram longe da escola, os pais entram cedo no trabalho e os filhos entram por exemplo duas horas mais tarde (ninguém me contou, passou-se numa turma onde escutei uma mãe a fazer perguntas ao diretor de turma pois estava aflita) imagine-se quando começar a chuva e o frio. Onde vão ficar estes miúdos? Estaremos todos a pensar nisto? A fazer alguma coisa para mudar isto?

Neste momento, reduziram-se horários de almoço e tempo dos intervalos. As crianças já não podem conviver. Ter tempo livre. Vêm o seu tempo cativo. Em nome de um vírus que anda por aí a matar. Diretores de escola numa azáfama pela gestão do espaço escolar, da carga horária, etc. Há por aí casas de banho mistas.

Estamos a retroceder no tempo? Porque é que se fecham urinóis e ambos os sexos usam a sanita? Agora já se esqueceram de outras doenças? Da higiene? Ou só vale para o vírus?

Vejo miúdos enclausurados numa máscara, onde já não conhecem o rosto dos colegas, presos dentro de uma sala, limitados, com percursos bem definidos, privados de tempos de partilha, de socialização, de brincadeiras, de amizade.

Alguns estão desejosos de estar livres do cativeiro da escola e vêm cá para fora, tiram a máscara e convivem. Note-se um grupo de médicos pela verdade que explicam quem devia na realidade usar máscara, pois estes entendem as consequências que este aprisionamento pode ter a longo prazo.

Sei de crianças que estão cheias de medo de morrer. Pessoas com pavor.

Uma criança foi impedida de ir à casa de banho e fez xixi nas calças. Estamos em que século? Não é isto um retrocesso?

Ninguém é obrigado a acreditar na Bíblia e no que ela explica sobre determinados temas.

Se percebêssemos que o nosso socorro vem do Senhor, talvez humildemente estivéssemos a pedir-lhe para salvar a nossa terra. Se a nossa confiança estivesse firmada numa esperança de que quando a vida aqui termina não é o fim… se estivéssemos a ensinar às crianças que elas podem ir para o colo de Jesus e que Ele diz ‘vinde a mim’ e que a elas pertence o reino dos céus, onde não haverá vírus, doença, tristeza, lágrimas…talvez algumas coisas fossem diferentes.

É Deus que eu quero que esteja comigo, que more dentro do meu coração. Tenha eu vírus ou não. Se Ele me levar quero estar num gozo eterno e não onde há fogo que consome e dor que agoniza. Tudo depende de mim, dos meus pensamentos, das minhas atitudes e ações. Se eu quero ir para este lugar de gozo, então tenho que entender o que Deus quer que eu seja ou que eu faça.

Entendo claramente as palavras contidas em Salmos 119: 41 – 57.

E o que estamos a fazer aos nossos idosos? Será que vão morrer do vírus ou da solidão?

E com isto não quero dizer que não devemos ter cuidado, cumprir regras de segurança.

Suponho que deva haver equilíbrio e que haja verdade na sociedade. Que não haja repressão, aprisionamento. Que não haja perguntas matreiras na nossa cabeça. Que haja esclarecimento. Que haja perceção do que podemos estar a gerar.

O medo gera ansiedade, depressão, pensamentos negativos. Se sentirmos que estamos diante uma ameaça constante quais serão os comportamentos? Ou o que se entende neste momento é que somos uma ameaça uns para os outros?

Com medo ficaremos mais suscetíveis e teremos reações impulsivas. O medo em última instância gera a morte até. Infelizmente sei de casos que morreram mas não do vírus… danos colaterais?

Vamos desabituar-nos de dar abraços? Porque afinal, em nome de um vírus viveremos presos dentro de nós mesmos, do nosso medo. Teremos medo de tudo e de todos. Estarei a exagerar? Ou dormi eu um sono e quando acordei percebi que tive um pesadelo?

Se vivermos isolados que consequências haverá para o nosso futuro como pessoas, como humanidade? Por este caminho estamos a destruir a infância, o riso das crianças. Não haverá companheirismo, amizade. Haverá o medo de estar próximo do outro. Os idosos morrerão sós.

E a nossa desculpa vai ser novamente:
«A serpente me enganou, e eu comi.» Génesis 3:13

Assinatura-Andrea-Ramos

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