A escrita, uma paixão


Escrevo porque me apetece. Escrevo, na verdade, desde o século passado.

Sim, é uma paixão!


Sentada na cama, enquanto adolescente, escrevia o meu mundo. Escrevia em cadernos. No tempo em que não havia internet, não tinha computador e os telemóveis viriam muito à frente. Certa vez, escrevi uma carta a Deus, algo sincero. Sei que a coloquei debaixo da almofada, ninguém poderia ver! Uma conversa para quem me poderia escutar, acreditava, um lamento íntimo.

Na escola primária, as composições eram enormes e praticamente, sem erros. Mais à frente, já mais crescida, em turma, tínhamos de nos acercar de vários tipos de texto. Um deles, a carta de amor. A que eu escrevi, começava mais ou menos assim: «A noite cai e a lua brilha tanto como os teus olhos em noite de lua cheia.» (Tenho de o procurar!)

Poemas começaram a nascer como cogumelos e neles depositava emoção, palavras que me entendiam e não me julgavam. Palavras que autorizavam o derrame de lágrimas. Que me faziam companhia nas noites em que me sentia só.

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Foi numa escola de 1º ciclo onde desenvolvi um teatro de sombras. Mal sabia eu, que mais tarde, iria pegar nesta história e incentivar muitas crianças a uma vida equilibrada e mais saudável, andando aí nas escolas de Portugal. Zezé, o miúdo guloso, 2021, serviu de base, este verão, para o trabalho infantil da Câmara Municipal de Ponte de Sor, com quase 400 crianças. O ator e músico João Canhoto encarnou o personagem e a música criada por ele, trouxe alegria e fulgor às crianças, naquela tarde, junto ao rio.

livro o meu mundo de papel Andrea Ramos

Chorar. Muitas pessoas choraram quando lhes li poemas ou textos que escrevi. Um caso desses foi o grupo de senhoras MyMoyo quando li um dos meus textos que mais gosto e que integra a escrita motivacional.

E assim, depois de três livros infantojuvenis publicados, sei que a escrita não me abandonará. É minha companheira nas noites que não se dorme, nos pensamentos que teimam em ficar no papel. Através desta experiência e daquilo que os meus leitores me dizem, faz-me entender a minha voz literária. Ela tem impacto e isso é o que me incentiva a continuar.

Ontem, uma amiga enviou-me uma mensagem e foto da sua filha mais velha: « Olá! A M… vai apresentar o teu livro no final de novembro, para um trabalho de Português. Depois digo como correu!». Não é espetacular?

Duas editoras portuguesas, uma distribuidora em PT e Espanha e duas editoras no Brasil, já mostraram interesse em trabalhar comigo, fizeram-me propostas. E tudo isto para mim é incrível.

E quando não se desiste, quando se trabalha de forma resiliente, algo há-de nascer. E foi assim, que ao longo dos anos fui entendendo o dom que Deus me deu. Foi um processo.

A minha paixão pela escrita vem de longe. Mais histórias nasceram entretanto, devido a esta teimosia em casar letras e quem sabe, em breve saiam do forno…

Assinatura-Andrea-Ramos

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