
Ela esperou quase mil anos
Não tinha quaisquer planos
(A distância não sentia qualquer culpa!)
Ansiava rosto terno, sereno
E em jeito de desculpa
Não se arrumava, não vivia em pleno
Encontrou-o como por acaso
Numa qualquer rua, no inverno
Descobrira a paixão, o amor cego
Mas ele era tal o desapego
Que sempre lhe mostrara o inferno
Apagou desde aquele dia
Os planos que rabiscara no caderno
– Ai, Sofia, Sofia…
Fizeste-te uma mulher distante, fria
(Tal como aquele inverno)
Ela não mais creu no amor!
Julgou-o aprisionado, sofrido
Carregou desde então a vida sem primor
Sem alcançar o supremo valor
Porque enfim, não fora correspondido!
Foto: internet