
«Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.» Salmos 67:3
Eu por ti, Portugal, enamorada
Acho-me desiludida mas, esperançada
Celebro o teu nome em fé abraçada.
Um Portugal de saudade feito
Conquistas penduradas ao peito.
Portugal, ai Portugal, qual vagabundo
Amarrado, deixaste o Senhor de lado.
Orgulhoso do teu passado e sem temor
Descobriras afinal meio mundo
Mas perdeste a coragem de vencedor.
O fado não te deixa ser feliz de verdade
Porque na verdade não caminhas certeiro
Perderam o norte o campo, a cidade
Segues a caminho da morte, sorrateiro.
Portugal de artistas, a criatividade exportas
E importas desnorteios de maldade.
Portugal, Portugal não prevines loucuras ao novo
Perdeste valores numa relação confusa de amor, obscura
Avança cada traidor à custa da dor de um povo.
Portugal de paisagens singulares
De comida deveras enaltecida
Onde estão afinal os teus pilares?
Onde estão afinal os teus pilares?
Enquanto eu lusitana choro de lamento, de tristeza
Erguendo a voz na língua portuguesa
Senta-se qual elite à mesa num repasto pervertido
Já dizia o poeta «O amor é um só, não pode ser partido»