Dá-me a tua mão
Enxerga, sente o bater do meu coração
Dá-me um abraço
Aperta com a força como se fizesses um laço
Dá-me um beijo
De ternura, de afeição
Sou este velhinho que morre de solidão
Dá-me a tua mão, contigo vou estar mais seguro
E já não tombo para o chão
Dá-me um abraço
Já nem me lembro da sensação
Esta memória que me atraiçoa
Nem os piores pensamentos me perdoo
Dá-me um beijo
Porque não me tiras desta prisão?
Dá-me meu filho a tua mão
Dá-me aquilo que não se vê
Que não se pergunta o seu porquê
Dá-me carinho porque me sinto tão sozinho!!!
Dá-me a tua mão, leva contigo o meu coração
Ele está triste e nem encontro a razão
Porque a memória traiçoeira
Me arranca qualquer recordação
Dá-me um abraço
Fica comigo mais um pouquinho
Não te esqueças de mim
Sou eu, o teu velhinho.
Dedicado a todos quantos estão sós, sem abraços, ou abandonados numa qualquer instituição em meio a uma pandemia. Qualquer semelhança é pura ficção. Outubro 2020