Já não há explicação!

Já não há explicação

Dá-me a tua mão
Enxerga, sente o bater do meu coração

Dá-me um abraço
Aperta com a força como se fizesses um laço

Dá-me um beijo
De ternura, de afeição
Sou este velhinho que morre de solidão

Dá-me a tua mão, contigo vou estar mais seguro
E já não tombo para o chão

Dá-me um abraço
Já nem me lembro da sensação

Esta memória que me atraiçoa
Nem os piores pensamentos me perdoo

Dá-me um beijo
Porque não me tiras desta prisão?

Dá-me meu filho a tua mão
Dá-me aquilo que não se vê
Que não se pergunta o seu porquê

Dá-me carinho porque me sinto tão sozinho!!!
Dá-me a tua mão, leva contigo o meu coração
Ele está triste e nem encontro a razão
Porque a memória traiçoeira
Me arranca qualquer recordação

Dá-me um abraço
Fica comigo mais um pouquinho
Não te esqueças de mim
Sou eu, o teu velhinho.


Dedicado a todos quantos estão sós, sem abraços, ou abandonados numa qualquer instituição em meio a uma pandemia. Qualquer semelhança é pura ficção. Outubro 2020

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo em breves citações com indicação da fonte, sem prévia autorização da Autora.

Partilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos Relacionados

A glória é para o Senhor

Sou pequena, simAliás, não sou nada(reduzo-me a pó)O meu Deus é grandeO contraste nada igualaSem Ele eu pereçoÉ claro, nada mereço!Sua infinita misericórdiaSeu imenso amor e perdãoJá abrange todo o meu coração. Poderei ao mais

Leia mais »

Não há palavras para te explicar (Deus)

Não há palavras que preencham…Não há palavras que permaneçam…Não existem, Não substituem Como a Tua voz…Não há palavras…Para dizer, para contar, para falarDo meu Deus, do filho Seu, do Seu Espírito Não há palavrasPara afirmar,

Leia mais »

Os escravos do tempo

A cada dia que passa observamosE cada vez mais pressentimosQue a distância é maiorTudo nos absorveTudo nos separaDo infindável amor de Deus Tudo à nossa volta nos prendeNos amarra e agarra Vivemos aprisionadosFora da celaNo

Leia mais »
Scroll to Top