
Entendemo-lo como contrário de mal. Não é escolha quando invejamos e a consciência pesa. É escolha quando a vingança é o intuito. É escolha em ações caridosas, na defesa de valores e princípios.
Temo-lo como um propósito diário?
Há quem o percecione como dever moral, o bem comum, agir compassivamente. Há quem o faça de forma egoísta e interesseira onde as contrapartidas são o foco.
Segundo o dicionário, o bem é o que é bom, recomendável, lícito, benefício que provoca consequência positiva, o que abona, pessoa querida ou amada, situação agradável do corpo e espírito. Na sua forma de advérbio: de maneira que satisfaz, com saúde, de modo agradável e harmonioso.
Encontramos uma lista imensa de provérbios que aludem ao bem, cito alguns:
«A ignorância do bem é a causa do mal»
«Ao bem, buscá-lo e, ao mal, estorvá-lo»
«Faz bem, não olhes a quem»
Ao ler a Bíblia deparo-me com uma frase que confronta as duas perspetivas, o bem como escolha, o bem como dever. «Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz comete pecado.» Tiago 4:17. Ora, se em cada ação não promovo o bem, já estou a cometer pecado, o desvio da norma.
Associamos muitas vezes o fazer o bem à religião, com práticas assistencialistas. «A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.» Tiago 1:27. Estamos perante duas categorias de pessoas e o fator corrupção. Se por um lado, existem lares, casas de acolhimento para órfãos, algumas viúvas estarão em lares de 3ª idade ou lares residenciais. O crime de corrupção, segundo a Direção Geral da Política e da Justiça, implica a combinação de quatro elementos: «uma ação ou omissão; a prática de um ato lícito ou ilícito; a contrapartida de uma vantagem indevida; para o próprio ou para terceiro.»
A SIC apresenta nova temporada de ‘É Bom Fazer o Bem’, com Carolina Patrocínio, sendo o conceito ajudar uma família ou comunidade, instituições, na limpeza de praias, dar uma nova vida ao recreio de escolas, cuidar de horta comunitária, remodelação de campo de futebol, etc. «À boleia com a Sic e Skip, Carolina Patrocínio irá conhecer as histórias daqueles que gostam de pôr mãos à obra para ajudar os outros.»
O efeito multiplicador do bem. Histórias são muitas, porém há que falar delas a fim de que outros sintam o desejo. Na internet encontramos muitas histórias. Mais do que replicá-las, são as histórias pessoais que podemos perpetuar. Mais do que uma vontade ou desejo, uma forma de vida. Mais do que ser egoísta, pensando no meu bem, pensar no bem como meta, como dom, como parte de mim, como aprendizagem.
Em São Tomé, um menino pobre vai todos os dias levar um pão a um idoso de 101 anos, que está cego, doente e vive sozinho. Não basta pensar no bem, há que agir de forma intencional. Dar é um ato generoso. Campanhas existem para enviar artigos para África e já assisti a quem desse lixo, coisas fora de prazo, estragadas ou inadequadas. Conheci uma senhora que tira um dia de férias para costurar vestidos para meninas de África. No outro dia, recebi um cartão de uma jovem, onde estive a fazer voluntariado, que dizia: «você foi luz na minha vida». Fiquei surpresa e as lágrimas teimaram.
É por isso que escrevo livros solidários. É por isso que faço voluntariado. É por isso que tenho um projeto solidário. E quando dou em géneros, em valor, em tempo de escuta, atitudes benevolentes ou o que dou com as minhas mãos, sei que deixo um legado. Faço-o porque sou grata todos os dias pela vida. E nada do bem que eu fizer foi minha obrigação, faz parte de quem sou, de quem quero ser. Fazer o bem como algo sempre presente, sem esperar resultados, sem aguardar respostas, sem que se perceba, apenas fazer o bem e pronto. Uma disposição de alma e coração, uma disposição que vem cá de dentro.
A ‘regra de ouro’ ensina-me que o bem é propósito e não uma escolha. Fazer o que gostaria que me fizessem a mim. Ser altruísta. Mais do que para mim, aos outros. E segundo a lei da semeadura, o bem que eu semear, haverá de dar os seus frutos…
10 opiniões sobre “Fazer o bem não é uma escolha!”
Amém! Obrigada. O texto nos ensina a ver o bem de outra perspectiva! Um propósito e não uma escolha!
Lembrei-me do que Jesus disse: “Assim deixai a vossa luz resplandecer diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus.”
Obrigado por compartilhar, teu texto é um BEM para nós! O Pai é glorificado!
Muito grata pelas palavras que me ajudam a continuar a escrever. Abraço!
Espectacular 🙏🏻
“Fazer o bem” faz parte de uma missãl que a Como bem dizes “ de um propósito “! Referist e pontos tão importantes como “deixar um legado” . Que Deus continue a abençoar te e a usar te de forma a continuares a “ ser luz” na vida de muitas pessoas ❤️☀️Tu és fantástica querida Andrea!🥰😘🙌
Muito obrigada, querida Elsa! Sim, façamos o bem e não importa a quem.
Muito bom Andrea e é mesmo relevante tudo o que escreves e vives pois vais sempre fazer a diferença nesta sociedade do egoísmo e isso é que é ser sal e luz como o Nosso Papá Deus nos ensina a cada dia! Obrigada por tudo o que deixas Deus te inspirar. O que puder fazer para participar nesse bem maior por favor vai alertando para que nos mantenhamos participantes dessa ação divina Dar e fazer o Bem!
Muito obrigada pelo teu comentário, Sónia.
São para mim, palavras motivadoras. Bem-haja!
Oh, muito obrigada, Miriam. Obrigada por leres o que escrevo, para mim é mesmo importante ter leitores que me dão feedback. Beijinhos
Lindo! “Fazer o bem é propósito”, é isso mesmo. E fazer o bem sabe tão bem. Obrigada pelo teu coração generoso, que faz o bem sem olhar a quem.
Thanks! Somos escritoras do bem… e a ideia é mesmo continuar, vamos a isso?