Olhei o céu. Ele estava tristonho. Tarde amena de agosto. Nuvens amontoavam-se num emaranhado de várias tonalidades…
Não há sol. Escondeu-se sei lá onde… O sol que tanto gosto e que traz o brilho cintilante ao mundo. Como está hoje o teu semblante? O sol do teu rosto desapareceu?
O céu nublado lembra os corações cinzentos de raiva, amargurados, aqueles que por vezes estão prestes a explodir. Mas valerá a pena? A tolerância entre as pessoas é escassa e a paciência esgota-se rapidamente.
Já não há crianças a brincar na rua! Estão dentro de casa, isoladas a imaginar o mundo violento que se vê lá fora. Que contrassenso!
Os pássaros ainda voam e gostam de se esconder nas árvores, nos arbustos do jardim e isso não mudou!
Pássaros são pássaros e pessoas são pessoas que têm a mania de voar. Mas quando voam alto demais, sem sustentação, caiem e magoam-se.
Carros traziam alguma agitação à rua mas ela nem se importava… já estava habituada!
De repente o céu chorou. Lágrimas abundantes que não alteravam a estação. (O verão também fica triste afinal).
Quando há corações cinzentos, alguém vai ficar triste e chorar!
«Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.» Colossenses 3:8
Foto: Andrea Ramos