
A Ti, Senhor, eu devo a proteção
A Ti, Senhor, eu entrego o meu coração.
Segura nele, não o deixes calar
Não deixes que se gabe ou que se agigante o ego
Abraça-o com carinho
E diz-me baixinho, que ele já é teu.
Não posso olhar para a desgraça frente a mim
Não consigo crer que o mundo olhe e nada faça
Não posso saber que um povo está a ser aniquilado
Que as crianças não têm futuro no seu país
Que vidas, suprimidas
Uma nação a desaparecer.
Porquê? Porquê?
Meu Deus, por favor…
Toma conta da mãe com seu filho pela mão
Sem esperança, sem saber para onde vão
A mãe, que em desespero, largou tudo
A mãe, que à força, deixou o seu marido
A mãe que deixa filho a lutar pela nação
A dor da guerra bem dentro do coração
E essa mãe geme, sem que o filho dê conta
A mãe que estremece de dor e tristeza
E o filho, pequeno, sem entender o que se passa
Porque teve de abandonar o seu mundo
Apenas percebe que há maldade no coração.
Maldade, rancor, ódio
O horror da vida acontece diante os meus olhos
É o horror do progressismo
Que nos faz menos humanos
Que nos deixa a mexer no umbigo.
Por isso, Deus, não posso olhar
É duro demais
E se eu estivesse lá? E se fosse eu ou a minha família?
A fuga, sem nada nas mãos.
Tu podes cuidar dos corações de quem sofre
Eu posso dar, ajudar, orar, a ti suplicar
Tu podes reter a maldade dos que ambicionam o poder em meio à desgraça de um povo.
Tu podes calar a voz dos egoístas
E conter as mãos dos sanguinários.
Tu podes, Senhor!
Por favor, dá-nos um coração puro
Um coração que deseje a união
Ambicione a bondade
E saiba dar a mão
Como a mãe que leva seu filho pela mão,
protegendo o seu filhinho.
Por favor, faz-nos ver mais além
Quando um dia, sem ódio, sem chacina
Tu virás ensinar a todos o sabor delicioso do amor.
Em honra ao povo Ucraniano