
De manhã, o pequeno almoço
(Desperta menina, desperta moço!)
O café na chávena a fervilhar
Pão com manteiga a acompanhar
Cara lavada pra acordar
Para os mais gulosos o bolinho
«Café cheio ou curtinho?»
«Açúcar ou adoçante?»
Iogurte, pão de sementes
Sumos detox pra quem quer ser elegante
O breve lanche de seguida
Não é para todos com certeza
Neste Portugal rico e farto
Tradição e boa comida
Quem não gosta de estar à mesa?
O almoço inquieta a dona de casa
Por não saber o que fazer
Dá conversa à vizinha, logo se atrasa
Quem vai ao restaurante
À la carte, é só escolher
Pagando, ninguém lhe garante
Que é salubre tal comer
Já pela tarde, o lanche primoroso
Aos pequenotes pra crescer
Os adultos sempre a correr
A todos enche o gozo, traz prazer
O jantar quer-se em família
Dando graças pela refeição
Pondo a conversa em dia
(Hoje, isto é regalia)
Digam se não tenho razão
Um bom repasto é justo merecer
Pra quem labuta diariamente
Homem justo não mendigará o pão
Nem sequer a sua semente
A ceia para quem seroa
Chá, torradas, leite quente
(antigamente) café com broa
«Boa noite» pra toda a gente
Gastronomia badalada
Enchidos, sardinha assada
Melhor peixe ninguém tem
Bom vinho, bom azeite
Pastel de Belém
Dos forasteiros, o deleite
Não falta o pão na mesa lusitana!
Dieta mediterrânica, orgulho patriota a valer
Ser português não dá para esconder
Porque o tuga gosta mesmo de comer!
Foto: internet