
A vida passara por eles
Sem que pudessem dar conta
Vieram as rugas, as dores
Os esquecimentos, os tremores
Mas não deixaram de viver…
E num faz-de-conta
Dançaram, dançaram até ao anoitecer
Dedos magricelas enlaçados
Em afeto, num bem-querer
Olhares de amor impregnados
Numa união de apetecer
Amor que de velho nada tem
E a velhice não apagou
Não foi tratado com desdém
Com carinho se bailou
Ao som da música idealizada
Dançaram na noite estrelada
Em abraços de promessas
Viram forças renovadas
Agitaram-se os pensamentos
Bailaram memórias sem fim
Dois corações, duas histórias
Bailado único da vida, frenesim
Foto: internet